Zé Keti
MPB Especial / Ensaio, 1973
Released as part of the series A MÚSICA BRASILEIRA DESTE SÉCULO POR SEUS AUTORES E INTÉRPRETES by SESC São Paulo
1 Máscara negra
(Pereira Matos, Zé Kéti)
2 Amor de carnaval
(Zé Kéti)
3 Meu pai morreu
(Zé Kéti)
4 A voz do morro
(Zé Kéti)
5 Leviana
(Zé Kéti)
6 Diz que fui por aí
(H. Rocha, Zé Kéti)
7 Opinião
(Zé Kéti)
8 Malvadeza Durão
(Zé Kéti)
9 Acender as velas
(Zé Kéti)
10 Mascarada
(Elton Medeiros, Zé Kéti)
11 O meu pecado
(Zé Kéti)
12 Não sou feliz
(Zé Kéti)
13 Peço licença
(Zé Kéti)
14 Natalino
(Zé Kéti)
15 A jaqueira da Portela
(Zé Kéti)
16 Decepção
(Zé Kéti)
17 Desquite lá no morro
(Zé Kéti)
Eduardo Guidin – guitar
Zé Keti – vocal and box of matches (fósforos)
Quote from Clique Music:
Zé Kéti gravou o programa EnsaiO, dirigido por Fernando Faro, em 1973, aos 51 anos de idade, em plena forma, esbanjando simpatia. O disco, lançado agora pelo Sesc-SP, abre direto com a voz de Zé Kéti – acompanhada apenas pelo violão de Eduardo Gudin e pela caixinha de fósforos do próprio sambista – cantando “Quanto riso, quanta alegria/ Mais de mil palhaços no salão”. Ao final da música ele explica que Máscara Negra foi o seu maior sucesso, em 1967, mas faz a ressalva: “Dinheiro? Bom, não deu pra fazer a minha independência financeira, mas deu pra ganhar alguma coisinha, né?”. Logo em seguida emenda o sucesso seguinte, Amor de Carnaval, de 1968 (“Uma música que pegou e até hoje a turma canta”). “A turma” continua até hoje cantando muitos sambas de Zé Kéti gravados nessa entrevista musical, como Diz que Fui por Aí, Mascarada, Opinião, Acender as Velas, Malvadeza Durão ou A Voz do Morro, seu primeiro sucesso, gravado por Jorge Goulart. Mas no disco também é possível encontrar relíquias, como Meu Pai Morreu, que Zé Kéti canta sozinho, só com a caixa de fósforos, e que compôs para a memória do pai, que morreu envenenado tomando uma xícara de café. As diversas fases de sua carreira são resumidas no disco. A participação no espetáculo Opinião, ao lado de João do Vale (“um caboclo nordestino muito bom”) e Nara Leão (“representando a mocinha de Copacabana, bacana e grã-fina”), a atuação como diretor musical do bar Zicartola, ou a organização do grupo A Voz do Morro (“o primeiro grupo de samba autêntico do Brasil”) – que juntava Elton Medeiros, Paulinho da Viola, Anescarzinho do Salgueiro, Jair do Cavaquinho, Nelson Sargento, Oscar Bigode –, com quem gravou Peço Licença (que o portelense Zé Kéti fez para poder namorar uma pastora da Mangueira), Não Sou Feliz (gravada por Cyro Monteiro, que “introduziu a caixa de fósforos no cenário da música popular brasileira”), Leviana, ou a belíssima Jaqueira da Portela. Autenticidade aqui é algo que não pode ser posto em dúvida. Tendo por todo o disco o acompanhamento apenas do violão de Gudin – adiantando uma espécie de “acústico” intimista – Zé Kéti mostra versões bem particulares de suas composições, imprimindo a este disco a qualidade de preciosidade. (Nana Vaz de Castro)
All of the SESC releases from the old MPB Especial / Ensaio program are wonderful, indispensable documents of Brazil’s rich cultural patrimony. But this one from Zé Keti is truly something special. Like most sambistas of his generation (or, truth by told, most), he is better known as a composer than a performer or recording artist in particular, but he was also one hell of a singer and as is evident here – a great interview subject. He lived a storied life that encapsulated so much of the trajectory of samba and intersection of different generations, different currents and changes in Brazilian society. In this interview he talks about his compositions that are still sung during Carnaval (speaking in 1973 but still true today), about his participation in the collective of samba composers and musicians at Zicartola (the bar run by Cartola and his wife Zica), the formation of the group Conjunto A Voz do Morro, and his involvement with the theatre group Arena which became Show Opinão and later just Opinão, with João de Vale and Nara Leão, which had as its centerpiece his composition “Opinão.” As the review in Portuguese points out, alongside the classics you would expect here (Acender as velas, Peço licença, Não sou feliz), the album also has the rare intimicacy of Zé singing a capella a song about the death of his father, killed by a poisoned cup of coffee (!!), called simply “Meu pai morreu.” As one volume in a series of releases that I can’t say enough good things about, this one really stands out!
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